Outro dia (10/01/10), falei apaixonadamente do guaxinim atropelado na estrada em que faço minha corrida a pé, acompanhado da fiel escudeira Kelly. De uma hora para outra, após a visita do Ovídio José, há dois dias, me vi sem o objeto da paixão! Nem acreditei quando ele, do alto de sua sabedoria escupida a ferro e fogo - ferro dos instrumentos de carpição, e fogo celeste aparado por um boné já esgarçado - me diz que o bicho morto era um Sauá! Um macaco, portanto! Fiquei ali abilolado, pensando (agora que ele dera o nome ao bicho) que só podia ser um... um... guaxinim, bolas! Puxei pela memória e vi sua cor avermelhada. Pensei: "Ah, é um filhote de guaxinim, só por isso!" Bicho sem manchas escuras aneladas no rabo e "óculos" nos olhos. Argumentei com meu umbigo: "Ah, mas a cabeça estava destruída pelas rodas de um carro e a cor não seria por que tratava-se, justamente, de um filhote?!" E o que dizer dele ser atropelado, andando na pista; macacos trafegam pelas árvores!! Bem, neste caso ali não há árvores que cubram a pista. É verdade, capitulei, o guaxinim e o macaco teriam, necessariamente, que usar o chão pra atravessar seus domínios! Aí me rendi, as evidências. O bicho era de fato um sauá, um macaco de pelo acobreado, que divide o lugar com os bugios e os macacos comuns, que o Ovídio chama por "macaco".
Mas, quanto ao resto não retiro uma vírgula! Até pelo contrário. Ao ouvir o Ovídio José, que tomou a decisão de removê-lo de lá, porque outros sauás estavam olhando-o, como se o velassem de cima das árvores, me voltou a indignação. Eu o deixara à vista para que os urubus pudessem se alimentar dele. O coração do Ovídio - não confundamos com o poeta que fez "A Arte de Amar" as mulheres - não suportou a cena - pois além de amar as mulheres, este Ovídio que vos apresento, ama a natureza..
Como já adiantava, o resto do texto não desdigo...
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