Ontem, domingo, estive envolvido com um canteiro de morangos depois de correr serra acima, como de hábito. Porém, desde sábado tive que me haver com leituras que me ajudarão a passar a ideia de que língua e linguagem são dispositivos de veridição - nos termos de Foucault - algo que gostaria de passar para os alunos do Mestrado em Ciências da Linguagem da UNIVÁS. Trata-se de ler... ler muito! Além disso, darei uma palestra em São Paulo no dia 01 de junho próximo, com o tema "A Gênese da Violência", seguindo as contribuições de Winnicott - o que significa mais leitura!
Estas leituras, prazer que não dispenso, definitivamente mudam meus fins de semana. Consigo dedicar algumas magras horas ao pomar e horta, perdendo alguns outros bucólicos prazeres destes começos de dia. Por exemplo, nas manhãs frias de terço final de outono, siriemas, jacus, gralhas e tejos são atraídos para perto do quintal em busca de abacates, bananas e laranjas. Os jacus resmungam com nossa presença, mas acabam por conceder sua presença aos nossos olhos e as gralhas, aos gritos, voejam dos abacateiros às amoreiras. Os tejos, um tanto quanto arrepiados de braveza, disputam com os sabiás e sanhaços as frutas que Vania dependurou no canil. E as maritacas estão desaparecendo, certamente indo pra outros milharais, fazer o que outro dia descrevi aqui.
Fiquei lá dentro de casa olhando por uma fatia de paisagem, vista da janela, que justamente enquadra o abacateiro e parte de uma jabuticabeira. Quadro pelo qual. de vez em quando, passa a sombra esvoaçante de um desses ilustres moradores da Serra do Cervo. Melhor me acostumar com esses prazeres a conta-gotas pelo menos nas próximas duas semanas. Porque os meus amigos alados não vão esperar para dar o ar da graça, somente quando eu tiver olhos para eles!
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