quarta-feira, 15 de julho de 2009
Casacos e andrajos!
Hoje amanheceu garoando e o frio tomou conta devagarinho. No metrô a densidade humana por metro quadrado havia aumentado devido aos agasalhos acolchoados e malhas grossas sobre camisas e camisetas. Gorros, bonés e cachecóis coloridos fizeram a festa dos olhares, assim como o andar característico dos dias gelados voltou - um certo encurvamento do último terço da espinha, a cabeça meio pendida para os pés, o olhar esbarrando no cenho e o pescoço afundado nas roupas. É um modo bastante esclarecedor de como vai o frio - quanto mais curvado para frente, quanto mais um ombro chega perto do outro na forma de um arco, sufocando as carnes do peito, mais frio está. As mãos enterradas nos bolsos, e vale qualquer bolso - das calças, do casaco, ou mesmo em um ninho improvisado com as mãos enfiadas nas dobras da malha. Elas ficam lá tentando angariar calor da pele, feito pássaros encorujados se esfregando para sobreviver ao sopro do vento. A garoa molha uma cabeça incauta, uma mão que insiste em manter-se ao relento; mas umedece mesmo os ossos de uns homens e mulheres em andrajos, deitados em trapos, embaixo da marquise do bradesco, junto a dois cães tiritando...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário