Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A noite que chega e o ipê amarelo!






















Depois de uma semana de cuidados com textos para a apresentação da obra “O Discurso Encarnado”, que terminou no sábado, lá pelo fim do dia, acordei num domingo de sol brilhante, mas eu exausto. Passei o dia fazendo com vagar algumas atividades fundamentais para que garantamos nossas iguarias e doces para o verão. Ensaquei nêsperas para evitar que sejam devoradas pelos pássaros (continuo a saga contra estes famintos!), pois o truque de deixar as mais altas para que eles não nos subtraiam das mais baixas, simplesmente foi um fiasco! Eles não seguem critérios que eu possa reconhecer e fazem questão de ignorar qualquer regra que tento estabelecer com eles, democraticamente: por exemplo, eu dizendo e eles obedecendo. Ficam lá no alto rindo com suas peninhas coloridas pensando que eu acho alguma graça! Dei o troco! Quero ver algum desses bichos penugentos comendo de minhas preciosas nêsperas! Ensaquei um quinto de uma das seis nespereiras que possuímos. Quero vê-los comer todo o resto e ficarem gordos e sem forças para carregar o peso pelo ar! Serão vítimas fáceis do gato do "seo" Antonio.
Mais tarde Vania e eu colhemos bananas variadas (Nanica, Santomé, Prata, Maçã, Ouro), as ensacamos (dessa vez para que amadureçam mais rapidamente, enganando o clima frio) e já destinamos uma parte das mais maduras aos pássaros que ficam com cara de pidonchos (eu sei, eu sei, isso é paradoxal, mas, como disse Winnicott, em algum lugar, é daqueles paradoxos que não precisam ser explicados, colhemos bananas para aqueles mesmos comilões a quem negamos as nêsperas – da parte baixa das árvores, diga-se!). Em seguida fomos ao pomar principal e continuamos com a poda de formação e de correção das árvores: macieiras, anoneiras, amoreiras, acerolas, feijoas, laranjeiras). Isso, como fica expresso nas fotos, até o cair da tarde – no inverno a tarde despenca e a noite nos pega de surpresa. Ficamos um pouco frustrados com a velocidade do dia. Isso tem uma explicação a mais: além de eu estar mais envolvido com a universidade, Vania inaugurou seu escritório de advocacia lá na frente do conservatório musical, e agora quase tudo que ela poderia fazer durante a semana ficou para o sábado e o domingo. Com isso, teremos que inventar uma nova distribuição dos afazeres domésticos e dos afazeres rurais. Ainda bem que adiantamos muitíssimo o trabalho a fazer na primavera e verão; estamos bem adiantados e podemos encontrar esse novo ritmo com tranquilidade. Nas fotos: pomar, a alegria dos cachorros quando digo que vamos para casa, equilibrando em cima de uma macieira, uma horta orgânica e natural...
PS.: Postarei breve a apresentação d'O discurso Encarnado que fiz no III ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E II ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS - Universidade do Vale do Sapucai, no blog http://www.levileonel.blogspot.com/