Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

As chuvas de Natal e os novos ventos da serra!

Chove! Como sempre choveu por aqui nos dias próximos do Natal! Época boa para descanso, terapia do sono e retiro do azáfama das cidades, seja São Paulo ou Pouso Alegre. E para ouvir o som do vento! Pois é! Dias atrás me dei conta de que estava ouvindo um susurro diferente vindo do cimo da serra. Era coisa nova! Nada de abelhas fazendo enxameação ou algum avião distante com seu ronco surdo. Tratava-se do som das árvores da serra! Foi emocionante, tocante mesmo. Para um desavisado isso parece meio sem cabimento, mas deixe-me explicar.
Há anos espero por esse acontecimento, coisa que ocorre apenas e tão somente se as árvores tem um tamanho adequado - grande o suficiente para ter copas folhosas e de bom diâmetro, além de canelas compridas sustentando suas saias verdes. Quando aqui desembarcamos, em 1993, podia se ver, de longe o tapete aveludado das pastagens; bonito, mas desértico. Apenas alqueires de capim para o gado pastando silentes e calmos. Nestes anos a vida floresceu por aqui. Plantamos milhares de árvores e deixamos alqueires de mata nativa e ciliar, bem como plantamos fruteiras por todo o terreno - para nós e os bichos que a cada dia migram para cá.
Agora, depois de uma espera longa e ansiosa, já podemos ouvir o roçar poderoso do vento nas longas pernas das árvores! Só os deuses podem saber com que intenções! Suponho que boas, mas posso mesmo garantir que de minha parte a coisa vai bem.
O Natal se foi, a chuva deu uma pausa e agora é continuar a obra da natureza, melhor dito, deixarmos que ela erga mais e mais suas grandes guardiãs verdes ao sopro do vento.
Aos amigos daqui e de lá, muitas paisagens bonitas! Encher os olhos do belo é o que desejo a todos!