Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Os senadores, juri popular e Vó Pina!

Para dizer a verdade Vó Pina me pressiona demais para escrever suas memórias, planos e idéias! Tenho preguiça (mas também falta tempo; estou até as orelhas de textos, pesquisas etc), estou com sono, trabalhei dois dias e meio sem tempo para respirar e ela lá: "fala do Sarney! Fala do Lula! Fala daquele dia que eu encontrei o Mercadante fazendo compras na...!" Se eu der ouvidos a ela estou frito! Acho que Vó Pina está meio apressada por causa da idade. Não se é centenária assim sem consequências, não é?
Ultimamente, insiste que eu inicie uma campanha para levar os corruptos do senado a juri popular, deixando-os expostos à justiça "de fato política, da pólis", longe do escudo protetor do estado e mesmo do direito! Ela andou lendo algum livro anarquista, embolorado, secreto, daquela biblioteca do porão de sua velha casa! Só pode ser!
Mas que seria uma experiência inesquecível ver um Sarney tendo que prestar contas frente a um juri popular, seria! Pelos deuses, até eu estou sendo afetado pela insânia que subjaz àqueles cabelos alvísimos...! Preciso ir para a serra, senão ela me coopta para sua causa!

Vó Pina e os assentos azuis (ou cinzas?)!

Vou tentar reproduzir a Vó Pina: "É esquisito, mas nos vagões do metrô, e desconfio que nos ônibus também, existem assentos com cor cinza ou azul. Dizem que é para os velhinhos sentarem! É o fim do mundo! Como sempre, a discriminação - velhinhos tem seu lugar destinado, e não espalhados pelo mundo que é aonde vivem. Mais absurdo ainda é ouvir uma voz eletrônica dizendo: 'Obrigado por respeitar o assento preferencial!' Imagine que eu tenho alguém agradecendo por mim a alguém que me "cedeu" seu lugar nos bancos! E isso já se naturalizou. Ninguém precisa ceder lugar se os bancos diferenciados já estão com sua cota de cambitos. Aí, aqueles jovenzinhos com MP-alguma-coisa nas orelhas, ou fascinado por um celular raio colorido-não-sei-o-quê, nem olham prá gente. Mas não serei parcial... todos, de qualquer idade, fazem cara de paisagem e continuam em seus, como sempre digo, 'imundos íntimos'. Problema do velhinho que não chegou antes e sentou no seu lugar! Este é mais um item no qual regredimos nas últimas décadas: cadê aquele sentimento bom de fazer um carinho, ou no mínimo um pouco de piedade pelo peso do fardo de carregar um corpo septuagenário e não raro octogenário. Cuidado urbanos! Os cidadãos de São Paulo envelhecem drasticamente e loguinho será você reclamando! Aproveito para anunciar que vou criar um movimento contra os bancos preferenciais. De hoje em diante sou monotônica. Só vejo uma cor: a cor da inclusão, da urbe. E isso é só a ponta do iceberg. Levarei um susto monumental (eu gosto de 'monumental'), quando um jovem me ceder seu banco apenas porque é urbano! Mas farei cara de quem viu a coisa mais natural do mundo e só farei um gesto delicado de cabeça, agradecendo. Afinal, é sempre com esforço que fazemos algum carinho àqueles que não frequentam nossa sala e cozinha, não é, bisneto?" E eu: "É sim, Vó Pina!" Pensando se entro na campanha dela para abolir-se os indefectíveis assentos azuis (cinzas?). Aí tive uma iluminação.., uma fulguração.., como dizia Sartre. Vamos pintar todos os assentos de azul (cinza?)!!!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Jararacas e a resenha!

Sexta e sábado fiquei envolvido com eventos na Câmara Municipal de PA, sobre Legislação e Ética em Comunicação; também um evento no CRPMG também em PA, sobre políticas públicas, o SUAS, e Mídia e Psicologia.
Ontem, domingo, foi um dia dividido em duas partes bem distintas. De manhã limpamos e roçamos uma capoeira que estava nos incomodando por ser moradia de uma jararaca muito grande; esperamos dissuadi-la de ficar por ali e ir morar em outras paragens. Em geral isso adianta. Contudo, levando-se em conta as diferenças de linguagem, achamos por bem usar um pouco de força, retirando a segurança dela e expondo-a aos possíveis ataques de dois casais de siriemas que passeiam diuturnamente pelas redondezas. O número de cobras aumentou muito porque nas vizinhanças, somos os únicos a ter uma reserva de matas, bem como não criamos gado, galinhas etc. A migração de bichos peçonhentos é lógica - ali se sentem bem protegidos e próximo de ratos e outros pequenos animais. É o paraíso de cascavéis e jararacas! Pensamos em criar galinhas d'Angola, para esse controle ser mais efetivo, mas nos detivemos num problema inusitado: como convencer os cães a adotarem os novos moradores! Enquanto não solucionamos o dilema, contamos com a diligente caçada das siriemas!
Em seguida ensacamos dezenas de cachos de nêsperas, antes que fiquem "de vez", porque aí serão devoradas pelas tirivas, papagaios, sanhaços, sabiás e outros... Fomos interrompidos por uma chuva densa e fria que nos impôs ficar recolhidos. Passamos a tarde e parte da noite lendo. Vania se informando em Direito Processual Civil e eu relendo "A cidade antiga" para uma resenha que publicarei na revista "RUA!" (UNICAMP)