Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Giorgio Agamben, morangos e corrida a pé!

Ontem, domingo, estive envolvido com um canteiro de morangos depois de correr serra acima, como de hábito. Porém, desde sábado tive que me haver com leituras que me ajudarão a passar a ideia de que língua e linguagem são dispositivos de veridição - nos termos de Foucault - algo que gostaria de passar para os alunos do Mestrado em Ciências da Linguagem da UNIVÁS. Trata-se de ler... ler muito! Além disso, darei uma palestra em São Paulo no dia 01 de junho próximo, com o tema "A Gênese da Violência", seguindo as contribuições de Winnicott - o que significa mais leitura!
Estas leituras, prazer que não dispenso, definitivamente mudam meus fins de semana. Consigo dedicar algumas magras horas ao pomar e horta, perdendo alguns outros bucólicos prazeres destes começos de dia. Por exemplo, nas manhãs frias de terço final de outono, siriemas, jacus, gralhas e tejos são atraídos para perto do quintal em busca de abacates, bananas e laranjas. Os jacus resmungam com nossa presença, mas acabam por conceder sua presença aos nossos olhos e as gralhas, aos gritos, voejam dos abacateiros às amoreiras. Os tejos, um tanto quanto arrepiados de braveza, disputam com os sabiás e sanhaços as frutas que Vania dependurou no canil. E as maritacas estão desaparecendo, certamente indo pra outros milharais, fazer o que outro dia descrevi aqui.
Fiquei lá dentro de casa olhando por uma fatia de paisagem, vista da janela, que justamente enquadra o abacateiro e parte de uma jabuticabeira. Quadro pelo qual. de vez em quando, passa a sombra esvoaçante de um desses ilustres moradores da Serra do Cervo. Melhor me acostumar com esses prazeres a conta-gotas pelo menos nas próximas duas semanas. Porque os meus amigos alados não vão esperar para dar o ar da graça, somente quando eu tiver olhos para eles!