Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Chove chuva, chove sem parar!

Chove como há muito não se via! Quase o tempo todo. É um aguaceiro de encharcar o mundo, pelo menos aquele que meus olhos podem abarcar em uma só olhada. Lá embaixo, o vale do Cervo, particularmente sua cava, desaparece na imensidão de pingos que despencam um do lado do outro, caprichosos e úmidos. Formam uma cortina de delicado brocado prata ou cinza bem claro que me impede de ver o dorso das colinas que ladeiam o rio. O concerto das gotas grossas e miúdas caindo sobre folhas largas, lisas, enrugadas, compridas e camurçadas acabam abafando todos os outros sons do bosque. Disseram, os especialistas em traduzir o que as nuvens dizem, que choverá ainda por mais dez ou doze dias ininterruptamente; é uma festa para as plantas que anseiam por água há meses.
    Mas, como tudo tem seu lado, digamos, menos cor de rosa, e até mesmo escuro, agora vamos passar por meses de vicissitudes com o barro, com a roçada quase que semanal do capim e pequenos ramos que alegremente crescem e nos apavoram com sua invasão. Sem pedir licença. Apesar disso no horizonte, a verdade é que vamos comemorar ainda por um bom tempo a felicidade líquida que jorra dos céus. Respirar esse ar úmido e limpo é tudo de bom. Ver o pomar juntando seus frutos nos ramos é uma epifania. Ver as árvores aproveitando para crescer ainda mais é muito confortante. 
    Chuva?! Quem venha mais!