Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

sábado, 5 de março de 2011

Águas de março, carnaval na serra e cães!

Chove numa cadência monótona, numa morosidade de fazer dormir. Só carnaval na tevê, com suas escolas de samba podem produzir mais sono. Olho a janela e já não se vê pinheiros há 30 metros ou mesmo a jabuticabeira bem mais perto. É a noite que chegou um pouco mais cedo.
Chove desde anteontem. Tudo encharcado, pau, pedra, os caminhos que nos trazem até aqui, me perdôe o poeta, a vacilada com seu texto, pois é como se aqui fosse o fim do caminho. Ouço a batida cadenciada dos pingos espessos, tilintando nas folhas grossas da cana-da-Índia plantada embaixo da janela. Esbatem, escorregam até o chão e encharcam a grama. Parece que o verão vende caro seus últimos suspiros antes do outono - suspiros que molham, sem consideração, até os ossos. Acho que estou com saudade do outono, para mim, a estação mais bela de todas. Só há um problema. Haverá toneladas de folhas secas para retirar do quintal. Ah, humanos que nunca estão satisfeitos!
Bem, lá longe, na cidade, é carnaval. Nunca pulei carnaval, e não vai ser enrugando a pele na chuva, que vou começar. Deixo para o ano que vem!
Os cães dormiram o dia todo. Comem, bebem, dormem, cuidam das urgências corporais, balançam o couro e pelos para retirar o excesso de água, entram em sua casa e começam tudo de novo. Olho pela janela e vejo Gabi começando este ritual. Pela décima vez?
Cuido de algumas coisas domésticas, faço e refaço uns fragmentos de texto que servirão para uma aula, começo um artigo encomendado sobre os discursos do corpo...

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