Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Casacos e andrajos!

Hoje amanheceu garoando e o frio tomou conta devagarinho. No metrô a densidade humana por metro quadrado havia aumentado devido aos agasalhos acolchoados e malhas grossas sobre camisas e camisetas. Gorros, bonés e cachecóis coloridos fizeram a festa dos olhares, assim como o andar característico dos dias gelados voltou - um certo encurvamento do último terço da espinha, a cabeça meio pendida para os pés, o olhar esbarrando no cenho e o pescoço afundado nas roupas. É um modo bastante esclarecedor de como vai o frio - quanto mais curvado para frente, quanto mais um ombro chega perto do outro na forma de um arco, sufocando as carnes do peito, mais frio está. As mãos enterradas nos bolsos, e vale qualquer bolso - das calças, do casaco, ou mesmo em um ninho improvisado com as mãos enfiadas nas dobras da malha. Elas ficam lá tentando angariar calor da pele, feito pássaros encorujados se esfregando para sobreviver ao sopro do vento. A garoa molha uma cabeça incauta, uma mão que insiste em manter-se ao relento; mas umedece mesmo os ossos de uns homens e mulheres em andrajos, deitados em trapos, embaixo da marquise do bradesco, junto a dois cães tiritando...

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