Adeus Serra do Cervo!

Você que lê este blog já me viu desistir de escrever nele uma outra vez, mas pelo motivo de não encontrar uma história que valesse a pena. Depois voltei atrás por saudades de falar de terra, de bichos e de meu estado de espírito nas serras. Bem, agora é definitivo! Não voltarei mais a este espaço para descrever minha lida pelas serras do Cervo, simplesmente porque não mais estarei por lá. Se vier a escrever sobre minha longa jornada por cada recanto daquele refúgio o será em outro blog, mas para dizer das saudades, reminiscências e imagens indeléveis desta vivência. Este blog será como uma árvore esquecida na retina do viajante em um trem que dispara pelo campo. Ou como mais uma lápide no grande cemitério da web. Grato àqueles que me brindaram com sua leitura. Antes de fechar de vez este espaço farei uma última blogagem, em respeito aos que me seguem. Manterei, limitadamente, o blog http://levileonel.blogspot.com

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Taj Mahal e os mourões do Cervo!

Sem nível ou prumo consegui “plantar” nove mourões de cimento para apoiar nossa pequena produção de framboesas! Me senti um cro-magnon olhando de longe os mourões tentando ver sua retidão em direção aos céus, lembrando que a terra por aqui é inclinada, irregular e muito ingrata quando se trata de fazer engenharia sem instrumentos. Fiquei pensando em como sou analfabeto em arquitetura, se levarmos em conta quando foi erigido o Parthenon, as pirâmides egípcias, o Taj Mahal... Me acalmei pensando que não tinha pela frente mais que umas pequenas estruturas para fincar no solo, e esticar uns fios de arame para que a framboesa brinque de escala-los e, equilibrada, verta umas flores brancas e brilhantes, com pontos rosas no centro, que depois chamam uns pequenos pomos rubros que disputaremos a tapas com uns pássaros minúsculos, amarelos, que não sabem até hoje quem manda naquelas paragens. Na maior parte dos combates acabamos por ser derrotados. Ao acordarmos vamos correndo para lá só para constatar que já furaram nossas frutinhas com seus pequenos bicos vorazes... Daí que resolvi me render aos fatos. Vamos triplicar o número de framboesas! Assim enchemos o bucho de cada um daqueles monstrinhos com doce polpa vermelha e fazemos com que eles, empanturrados, vão dormir num galhinho de árvore qualquer e nos dêem a vez. Bem, foi assim que pensei, enquanto olhava aqueles nove obeliscos, nem tão retos assim, mas dignos de soerguerem os doces frutos da framboesa, como pedras preciosas incrustadas em um berço espinhento (pensam que é fácil se alimentar delas?!). Elas só se entregam com muita luta; tal como as rosas, podem ser apreciadas depois de algumas espetadas. Com certeza é muito mais fácil para o passarinho!

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